Regata de abertura da Semana Internacional de Vela de Ilhabela tem história de recordes

Foto:Edu Grigaitis | Balaio

Prova inaugural foi em 1996 com o nome de Regata Eldorado Revista OffShore Alcatrazes por Boroeste.

A regata de abertura da Semana Internacional de Vela de Ilhabela é apontada pelos participantes como a mais difícil da competição.

Marcada para o dia 14 de julho, a Alcatrazes por Boreste Marinha do Brasil leva as principais equipes da competição para uma disputa de ida e volta passando pelo arquipélago e terminando no Farolete 4 de Ilhabela (SP). Serão aproximadamente 55 milhas de regata.

A história da prova de percurso longo que abre a Semana Internacional de Vela de Ilhabela começou em 1996 com o nome de Regata Eldorado Revista OffShore Alcatrazes por Boroeste. O objetivo foi dar mais opções aos participantes do evento, que só disputavam, desde a década de 70, regatas triangulares entre bóias.

Idealizada por Plínio Romeiro, diretor da emissora do Grupo O Estado de São Paulo, e pelo responsável pela editora da OffShore, Marcelo Claro, a regata teve apoio do Yacht Club de Ilhabela (YCI) e posteriormente da Marinha do Brasil.

”É uma regata que exige muito dos competidores, principalmente o planejamento! É preciso se preparar, entender as condições climáticas e adotar a melhor estratégia para contornar Alcatrazes, voltando com velocidade até o YCI”, disse Mauro Dottorri, organizador da Semana Internacional de Vela de Ilhabela e velejador.

A regata teve recordes históricos, como a do ano passado do barco Crioula (Soto40), que fez a prova em 6 horas, 1 minuto e 42 segundos. O melhor tempo anterior era do Camiranga, um Soto65, que completou em 6 horas, 4 minutos 3 segundos, em 2015.

”Acho muito difícil quebrar esse recorde novamente e pra falar a verdade nem me passa pela cabeça fazer isso outra vez com o Crioula. Precisaríamos de uma condição perfeita”, disse Samuel Albrecht, atleta olímpico e integrante do recordista Crioula.

Outro momento marcante foi o treino do Brasil 1 antes da Volta ao Mundo Ocean Race. No ano de 2005, lotado de convidados, o time de Torben Grael fez o percurso em 6 horas e 18 minutos.

”É uma regata muito interessante porque percorre pelo canal e pelo mar, às vezes com muito vento e de vez em quando sem. Cada caso é diferente. Essa é a história. Espero que todos possam se divertir na primeira regata da Semana Internacional de Vela de Ilhabela”, explicou Plínio Romeiro.

Alcatrazes. Foto: Edu Grigaitis | Balaio
Alcatrazes. Foto: Edu Grigaitis | Balaio

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No início, a prova tinha largada e chegada no canal de São Sebastião. Aos poucos, a organização adotou alternativas para que os velejadores chegassem mais cedo, pois à noite, a velejada no canal é quase sem vento.

A dupla Plínio Romeiro e Marcelo Claro disputou a Regata Eldorado Revista OffShore Alcatrazes por Boroeste por anos a bordo do Suduca. Uma diversão misturada às habilidades técnicas. ”Nem sempre teve 55 milhas, a diferença, é que agora chega um pouco depois da Ponta da Sela, no Farolete, o que facilita bem, pois se tiver falta de vento ou correnteza contra, ficava muito difícil. Cheguei a cruzar a linha na vila às sete da manhã”, completou Plínio Romeiro.

Ainda é cedo para prever (mesmo com a ajuda dos meteorologistas) qual será o cenário para o domingo, 14 de julho de 2019. Cada ano é diferente, com entrada de vento forte, fraco, merreca, lua cheia, céu nublado, chuva, etc…Existe a possibilidade de os velejadores se depararem com as baleias jubartes, que estão passando por Ilhabela para reprodução no litoral baiano.

Para o velejador profissional André ‘Bochecha’Fonseca, a Alcatrazes por Boreste Marinha do Brasil tem sempre um truque. ”Principalmente quando tem vento leste na ida, quando forma atrás do morro da Ponta da Sela um bolsão sem vento. É essa a parte mais difícil quando predomina o leste. A regata de vento sul é mais dura, pois tem um contravento forte na ida e uma volta rápida de popa”.

”É uma regata com muita bandeira amarela e nós sempre tentamos não fazer um mau resultado, pois ela é importante. Para ser campeão da Semana Internacional de Vela de Ilhabela é preciso fazer uma boa média e descartar a Alcatrazes por Boreste por um resultado ruim não é uma boa ideia”, concluiu o tático do Pajero, equipe que vai disputar o título da competição na classe ORC com seu S40.

No mesmo dia, só que para os barcos menores, saem no mesmo horário a Ilha de Toque-Toque por Boreste e a Renato Frankenthal. O tradicional desfile dos barcos antes da regata de abertura está confirmado!

Inscrições

O evento entrou no segundo lote de inscrições. A partir de 11 de junho até o dia 30 de junho, o velejador integrante de barco que não necessita usar poitas ou a marina do YCI desembolsará R$ 140.

Já os que utilizarem as poitas do Yacht Club de Ilhabela (YCI) pagam R$ 300 e os que necessitarem de vagas na marina do clube R$ 420. Os valores são por tripulante. As inscrições seguem abertas pelo site http://sivilhabela.com.br/.

O desconto de 30% da classe RGS passa a valer apenas para os veleiros afiliados à ABVO – Associação Brasileira de Veleiros de Oceano. Caso contrário, os valores vigentes serão os da tabela ORC, IRC, C30, HPE 30, Multicasco e HPE 25.

Para as categorias dos barcos Clássicos e Bico de Proa, o desconto de 30% na inscrição está mantido. A medida atende a um pedido da própria ABVO. A Semana Internacional de Vela de Ilhabela reforça a importância da Associação Brasileira de Veleiros de Oceano como fomentadora da modalidade no País.

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