Aline Silva escreve ao Lance! deste sábado (08)

Aline Silva escreve ao Lance!

Lutadora olímpica escreveu ao Lance deste fim de semana sobre os desafios pessoais após as Olimpíadas do Rio.

Desafios dentro e fora da luta Olímpica

Olá caros leitores do LANCE!. Eu sou Aline Silva, única brasileira medalhista em mundial de Wrestling, e participei da última edição das Olimpíadas RIO 2016, na minha modalidade (Luta Olímpica). Estou aqui para falar um pouco sobre o que tem acontecido na minha carreira após a edição da RIO 2016. Estou com 32 anos e no final de 2016 pensei nas coisas que me faziam bem e que eu me identificava.

Uma delas é a luta do feminismo. Eu sou uma pessoa revoltada mesmo. Gosto de usar esse termo. Não aceito coisas que não concordo e luto por isso. Estou muito engajada na luta feminista, tanto que em 2017 participei de um intercâmbio nos Estados Unidos, que chamava Global Sports Mentoring Program, que contava com mulheres esportistas referências em seus países, para que essas atletas montassem planos de ações e voltassem para suas terras natais para empoderar as meninas. Além disso, aqui no Brasil participei de um programa da ONU chamado “Uma vitória leva a outra”, que também abordava sobre mulheres no Brasil.

Quando voltei dos Estados Unidos, pensei em fazer algo voltado para mulheres na luta olímpica, já que muitos pais não gostariam de ver suas filhas nos tapetes de luta. Nos programas que visitei era questionado como poderíamos trazer as meninas para esportes tão dominados pelo sexo masculino. Com isso criei a associação “Mempodera”. Um projeto social de luta olímpica especialmente para meninas aprenderem luta e inglês.

Nós nos orgulhamos quando as meninas se sentem bem consigo mesmas. A criança que faz estrelinha perfeita, se satisfaz com aquilo porque sabe da importância. Já a garota que faz mais ou menos e ouve um elogio, percebe que aquilo é o seu máximo, e fazer ela se sentir feliz com isso é a essência do nosso trabalho. Estamos vendo surtir efeito. Já que temos uma turma de 35 garotas entre 6 e 10 anos e 15 meninas de 11 a 15 anos.

Porém, nem tudo tem sido maravilha após as Olimpíadas. Após aquele intercâmbio, fiquei com trombose de novembro do ano passado até maio deste ano. Voltei no campeonato Pan-Americano, lutando contra a dona da casa, que atacou meu outro joelho que estava sem a doença. Com isso, rompi os ligamentos e tive que fazer uma cirurgia. Faz cinco meses da cirurgia e minha recuperação está muito boa. A expectativa é que eu volte em março para competições. Estou focando na parte física nesse momento. Até porque ano que vem tem Jogos Pan-Americanos no Peru, um campeonato muito bacana e importante para minha carreira. É isso pessoal, até a próxima!!

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