Coluna “Espaço Aberto”
por Carlos Eduardo Souza e Silva – diretor de vela
Olá, leitores do LANCE! A tradicional Semana de Vela de Ilhabela começa no domingo (3) com a participação de mais de 100 barcos de 13 classes de barcos diferentes. É considerado o principal evento da modalidade na América do Sul, talvez América Latina, pois reúne a nata da vela nacional. 2016 será especial porque será uma prévia da olimpíada do Rio de Janeiro na água, com atletas que estarão na Rio 2016 – casos de Jorge Zarif (Finn) e Samuel Albrecht (NACRA) – e medalhistas Olímpicos, pan-americanos e mundiais de várias categorias. Sem contar os árbitros e a comissão organizadora que têm postos confirmados nos Jogos a serviço do COI.
Para realizar uma competição de nível internacional reunimos os melhores de cada área. O planejamento, que começou no ano passado após o término, exige muita atenção a detalhes que fazem a diferença quando os barcos estão na água. Montagem da estrutura no Yacht Club de Ilhabela, organização e treinamento dos prestadores serviço temporários – maior parte da mão de obra vem de moradores da própria ilha, definição de regras, espaços de entretenimento, contato com patrocinadores, inscrições online e muito mais. O nível de excelência é enorme, pois nosso público e os patrocinadores exigem um evento com padrão internacional dentro e fora da água. Para se ter uma ideia, nós realizamos até um evento-teste no início de junho para preparar a casa e os velejadores para fazer um treinamento no mesmo local da semana de vela.
É uma sailing week – termo em inglês para semana de vela – comparada às mais tradicionais da Europa, Estados Unidos e Oceania, já que a competitividade é muito forte. São barcos de rating, aqueles com desenhos e tamanhos diferentes, e os monotipos, com design igual. Quem participa, principalmente os amadores (80% dos inscritos), tem a chance enfrentar ícones da vela brasileira e da América do Sul de igual para igual. Com 42 edições realizadas e partindo para a próxima podemos dizer que quem participa uma vez quer voltar no ano seguinte. Mesmo com a crise econômica, há investimento em novas velas, novos equipamentos, justamente para estrear nas regatas de julho.
Serão regatas de longa distância, como a Mitsubishi Alcatrazes por Boreste Marinha do Brasil – que abre o evento com quase de 100 quilômetros de distância, provas de médio percurso e as tradicionais de barla-sota, que na linguagem da vela quer dizer vai contra o vento e volta a favor. A equipe que participa da semana de vela precisa ser completa para vencer, pois é testada pra valer.
Convido aos leitores do LANCE para acompanhar esse grande evento e prestigiar a vela nacional, uma das modalidades mais vitoriosa do olimpismo brasileiro. Aqui estão os verdadeiros heróis do esporte nacional. #Vempravela
