A etapa de Arraial do Cabo (RJ) da Copa Brasil de Vela Praia segue a tendência dos principais eventos da modalidade, equiparando o número de homens e mulheres nas classes inscritas no calendário de competições. O evento, que chegou ao seu segundo dia no litoral fluminense nesta sexta-feira (13), dá oportunidades iguais aos gêneros nas regatas, comissão, arbitragem e organização.
Na Olimpíada de Paris 2024, as classes do programa serão rigorosamente iguais para homens e mulheres com IQ Foil, Fórmula Kite, Laser, 49er e 49er Fx, além das categorias mistas como Nacra 17 e o 470.
Nas regatas da Copa Brasil de Vela Praia, que valem vaga para os XII Jogos Sul-Americanos de Assunção 2022, é confirmado esse entrosamento entre os velejadores, principalmente dos mais jovens. Clubes e escolinhas de vela adotam desde a base esse intercâmbio entre os gêneros.
No evento, oito duplas mistas abaixo de 24 anos estão disputando uma vaga para os Jogos Sul-americanos. A classe Snipe é uma das ações da World Sailing para a equiparação. “A expectativa é muito boa para o campeonato, é muito bom velejar em um lugar diferente, eu, e a maioria nunca velejou nesse local. Eu acho que é um lugar espetacular e maravilhoso. Espero que seja um ótimo campeonato, com boas velejadas e boas disputas”, falou Nick Grael, filho de Lars Grael e que faz dupla com Alice Brandão.
Nick e a Alice estão na frente na classe Snipe, que teve três regatas realizadas no primeiro dia de competições, na quinta-feira (12). Os dois lideram com 8 pontos perdidos.
Sem vento
O clima ensolarado e sem ventos pode ser uma boa pedida para quem gosta de praia, mas para quem gosta de vela, é um dia mais difícil. E foi o que aconteceu nesta sexta-feira (13) na etapa de Arraial do Cabo (RJ) da Copa Brasil de Vela de Praia, região dos Lagos do estado.
O campeonato, organizado pela CBVela – Confederação Brasileira de Vela, reúne nove classes e terá provas até o domingo (15). A Ilca 7 foi a única classe do dia com uma regata válida. O evento, que reúne nove categorias, ainda não teve a estreia de três: Dingue, Optimist e Wingfoil (F/M). A sede do evento fica na areia da Praia dos Anjos, área central da cidade.
“Hoje foi um dia muito difícil, pegamos vento do Leste, Norte, Sudoeste e no final do Sul. O vento estava muito fraco, rajadas de 7 nós apenas, conseguimos fazer uma regata, as demais foram canceladas porque não era possível navegar. Infelizmente a expectativa para amanhã é de pouco vento também. Esse é um esporte 100% natureza, dependemos da maré e do vento”, disse a baiana Marione Macário, oficial de regatas da raia 2, que inclui as classes Ilca 6 e 7, Dingue e Snipe.
As áreas de competição são na Enseada de Arraial do Cabo entre a Praia dos Anjos, Ilha do Farol e a Ilha dos Porcos. Os percursos são no formato barla-sota, trapezoidal, slalom ou triangular conforme descrito nas instruções de regatas a critério da Comissão de Regata.
A Copa Brasil de Vela é organizada pela Confederação Brasileira de Vela, com apoio da Prefeitura de Arraial do Cabo e as suas Secretarias de Governo, Eventos, Esporte e Lazer, Turismo, Ambiente e Saneamento, Fundação do Meio Ambiente e Associação de Meios de Hospedagem de Arraial do Cabo (AMHAR).
Expectativa para a estreia
As classes Dingue, Optimist e Wingfoil (F/M) eram para ter estreado nesta sexta-feira (13). Mas pela falta de vento, a expectativa só aumenta para este sábado (14).
“O dia de hoje foi de espera, de paciência, ainda bem que cancelou porque não ia ser uma boa regata. Aqui é um lugar muito bonito, uma estrutura muito boa, só tenho a agradecer a CBVela e a Prefeitura. Agora é deixar, principalmente o velejador de Optimist menos ansioso e ter mais paciência para essa estreia”, comentou o técnico do Yacht Club da Bahia, Rafael Rizzato.
“Estamos com pé no chão, mas com a expectativa de conquistar uma medalha. Vamos buscar dar o nosso melhor em todas provas. Essa é nossa primeira vez velejando em Arraial do Cabo!”, disse Rafael Nascimento, velejador de Dingue, com seu parceiro Peterson.
O projeto social “Meninos do Vento” de Arraial do Cabo, surgiu há três anos e conta com velejadores nesta edição da Copa Brasil de Vela de Praia que também farão sua estreia amanhã.
“A nossa escola de vela surgiu a três anos atrás, no mês de agosto, por isso escolhemos “meninos do vento, nesse mês é quando mais tem vento, as crianças são filhos e netos de pescadores, elas estão acostumadas com a beira da praia, já andaram de barco a remo, por isso a adaptação deles a vela foi tranquilo. A escola de vela já formou algumas turmas, como os escoteiros do mar e a guarda mirim, hoje temos 4 crianças que foram escolhidas como proeiros, vamos torcer por elas, adoro ver o brilho no olhar delas”, comentou Anderson Wilnes, coordenador do projeto.
“Sempre tivemos o apoio da Confederação Brasileira de Vela, ainda mais agora com o evento que pretende ser anual, com a quantidade de competidores que temos, mais de 200 velejadores inscritos, regatas de várias modalidades. As crianças têm acesso a barcos que não tiveram oportunidade nas escolas, não tenho dúvidas que vamos ter muito mais crianças nas próximas turmas que vão ser abertas. Ver competidores como o Nick Grael ajuda a fomentar a vontade de melhorar a performance para elas, pois é um exemplo a ser seguido”, concluiu.
Sobre a CBVela
A Confederação Brasileira de Vela – CBVela é a representante oficial da vela esportiva do país nos âmbitos nacional e internacional. É filiada à Federação Internacional de Vela (World Sailing) e ao Comitê Olímpico Brasileiro (COB).
A vela é a modalidade com o maior número de medalhas de ouro olímpicas na história do esporte do Brasil: oito. Ao todo, os velejadores brasileiros já conquistaram 19 medalhas em Jogos Olímpicos.
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Fotos: Gabriel Heusi | CBVela