A médica do esporte Ana Carolina Côrte foi uma das responsáveis pelo departamento médico da delegação brasileira nos Jogos Sul-Americanos de Cochabamba 2018. A competição ocorreu de 26 de maio a 8 de junho e o brasil levou 310 atletas de 28 modalidades. O trabalho na altitude de 2.570 metros acima do nível do mar da cidade boliviana exigiu preparação prévia. Além disso, os profissionais estavam equipados de oxigênio durante as disputas.
”Fiz um bom trabalho de revisão de literatura, tentando entender o que nós podíamos fazer para prevenir o mal das montanhas, que é a principal queixa dos atletas na altitude. Uma das coisas que nós fizemos foi uma dose de uma medicação (Ibuprofeno), sendo seis horas antes da subida. Isso, na literatura, mostra que diminui os sintomas ruins causados pelas montanhas: dor de cabeça. mau-estar, enjoo. Quando estávamos no aeroporto de Guarulhos, todos os atletas tomaram 600 mg de Ibuprofeno. Chegando lá, nós acompanhávamos, diariamente, a oximetria. Se tivesse alguma queixa de cansaço nós tínhamos oxigênio, tínhamos sintomáticos (remédios analgésicos, antieméticos) para poder aliviar os sintomas dos atletas. E deu muito certo”, disse Ana Carolina Côrte.
Apesar do uso de oxigênio, muitos atletas se queixaram de falta de ar por causa do esforço intenso. ”Nós fomos três dias antes da competição. Os atletas não aclimataram, não tiveram tempo de adaptação à altitude. Eles foram e praticamente já tinham que competir, então o que nós tínhamos para fazer era retirar os sintomas e essa medida que nós fizemos com Ibuprofeno. Deu muito certo, os resultados foram muito bons”.
O Brasil ficou em segundo lugar no quadro geral de medalhas de Cochabamba 2018 com 214 pódios no total, sendo 90 de ouro, 58 de prata e 56 de bronze.