#EsporteInspira: A menina do cartaz que se tornou tricampeã mundial

Em um dos corredores do saguão do Aeroporto de Natal, uma menina de 13 anos segura um cartaz simples, feito em casa algumas horas antes: “Sejam bem vindos, parabéns!”. Nos dias anteriores, ela havia acompanhado pela televisão, em um supermercado da capital potiguar, cenas dos Jogos Paralímpicos de Sydney, na Austrália, em 2000. A parte da delegação nacional que aterrissava no Rio Grande do Norte tinha atletas como Adriano Gomes, Clodoaldo Silva, Franscisco Avelino e Rildene Fonseca, destaques na natação paralímpica.

“Sabe aquela coisa lúdica, de criança, de olhar no livro, ver onde é a Austrália no mapa e querer ir? Eu pensava: estou indo para o aeroporto receber os caras que estão vindo de lá com medalhas. Eles vinham passando e eu com o cartaz. Jamais imaginava naquele momento que um dia poderia ser eu ali, mas fazer o cartaz e participar do momento foi especial. Eles subiram no ônibus, eu consegui um lugar na frente, e eles com a medalha chacoalhando no peito. Fiquei muito impactada”, recorda a tricampeã mundial Edênia Garcia, hoje com 30 anos. Ela é a terceira personagem da websérie Ninguém Nasce Campeão, publicada pelo Rede do Esporte desde a última sexta-feira (6.04). Os 17 vídeos resgatam momentos em que os atletas ainda não sabiam que teriam a projeção e o destaque que alcançaram, e busca o que foi essencial para que a caminhada desse certo.

Os Jogos australianos funcionaram para a atleta cearense como uma semente irremediável. “Ali o esporte me ganhou. Acendeu aquela vontade de viajar e voltar com medalhas”, diz. Edênia procurou a prática esportiva, num primeiro instante, como forma de fisioterapia. Ela nasceu com a Doença de Charcot-Marie-Tooth, que é progressiva e afeta a musculatura, em especial as dos pés e das mãos. “Nós nos mudamos do Ceará para o Rio Grande do Norte. Um neurologista nos recomentou uma escola de natação que fazia atividades com pessoas com deficiência”.

Na chegada para os primeiros treinos, o encantamento era bem maior que a habilidade técnica. “Eu não sabia nadar direito, mas lembro que fiquei super feliz. Era uma piscina linda, de 25 metros. Entrei e a professora jogou uns brinquedos no fundo, pediu para eu pegar. Colocou um bambolê, pediu para eu passar por dentro. Depois de um bom tempo, fiquei sabendo que aquela professora viu em mim algo diferente, e por isso me direcionou a uma associação especializada. Em 2000 entrei, aprendi do zero os quatro estilos. Fazendo treinos simples, mil metros por dia, coisa para criança”.

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