A temporada 2018 do wrestling
Por Aline Silva, medalhista pan-americana e vice-campeã mundial de wrestling
Olá, pessoal! Tudo bem? A temporada 2018 começa com muito trabalho duro e desafios pela frente no wrestling e fora dele. Estou me recuperando de uma trombose que me tirou de algumas competições no ano passado. Neste 2018, ficarei fora de eventos importantes para me recuperar, como Campeonato Brasileiro, Jogos Sul-Americanos e o Pan-Pacífico. Por isso vou focar bastante na minha recuperação física e intensificar outras áreas, que no decorrer do texto eu conto mais
As regras do Wrestling mudaram bastante. Minha categoria passou de 75kg para 76kg, e agora a pesagem é feita apenas duas horas antes da luta, não mais um dia antes. Além disso, competições com mais de 16 atletas passam a ser realizadas em dois dias. Tive a oportunidade de testar essas mudanças num torneio no Colorado Springs, no ano passado.
Os Jogos de 2020 estão logo aí, e a preparação neste ciclo olímpico está a todo o vapor, para me adequar às novas regras. Estou fazendo os ajustes necessários, para chegar aos Jogos no auge e para dar o meu máximo.
Este ano também vou tocar o projeto social “Me empodera”, que terá início agora em fevereiro. O empoderamento feminino sempre me tocou muito, por eu praticar um esporte predominantemente masculino. E também tenho o exemplo da minha mãe, que enfrentou muitas dificuldades como mãe solteira.
O projeto “Me empodera” nasceu de um intercâmbio do qual participei nos Estados Unidos no ano passado, o Global Sports Mentoring Program. O projeto terá aulas de wrestling e inglês para 32 meninas. A Maiara Amália, também da Seleção Brasileira, dará as aulas de wrestling. Por enquanto, eu mesma darei as aulas de inglês, mas logo voltarei aos treinos e precisarei de outros voluntários.
Estou trabalhando para que esse projeto aconteça porque acredito no poder transformador do esporte. Sinto que tenho que devolver ao mundo tudo o que eu conquistei através do esporte. Quero que, com o “Me empodera”, a gente possa replicar novas “Alinezinhas”. E, como atleta, vou para as competições com muito mais garra, mais empenho. Sei que, quanto mais medalhas eu conquistar, mais a minha voz poderá ser ouvida a favor do empoderamento feminino.
Obrigada e feliz 2018!