Hoje falo sobre a importância dos atletas estarem no poder e como quem vivenciou a pratica no seu dia-a-dia – e se especializou – tem condições de liderar os rumos de todas as modalidades. Vou contar uma experiência que certamente pode mudar a triatlo nos próximos dias. Depois de três olimpíadas, seis títulos mundiais, um ironman e vários eventos internacionais, eu decidi me aposentar do alto-rendimento e me especializar. Adquiri nesses últimos anos bagagem teórica e prática e assumi um desafio para os próximos anos.
Neste sábado, 22 de abril, toda comunidade do triatlo estará de olho na eleição da nova diretoria da Confederação Brasileira (CBTri). O resultado desse pleito pode não apenas revigorar o comando da entidade, mas, principalmente, proporcionar mudanças efetivas no desenvolvimento do nosso esporte.
Mas para isso fui a campo! Nos últimos meses visitei praticamente todos os estados em que o triathlon está inserido. Conversei com atletas, treinadores, representantes de clubes e federações, assessorias esportivas, organizadores de eventos, patrocinadores, empresários e notei que todos tem uma participação muito ativa no processo de crescimento da nossa modalidade. Vi estruturas com grande potencial para o fomento das categorias base e também de atletas de alta performance, assim como tomei conhecimento de uma série de problemas que se estão se arrastando à décadas e limitam o alcance do triatlo nos quatro cantos do país. Talvez não seja só do triatlo como vemos na mídia todos os dias.
A ideia é valorizar todos aqueles que vivem e trabalham em prol de um triathlon mais forte, para multiplicar as iniciativas e projetos bem sucedidos de norte a sul do país. Queremos promover eventos de excelência para praticantes de todos os níveis e em todas as esferas (local, regional, estadual e nacional), para dar mais visibilidade e apoio aos talentos nacionais, desde a nova geração até os mais experientes, que fazem o possível e o impossível para colocar o Brasil no pódio dos principais eventos do calendário mundial. Só a título de curiosidade, em Sydney 2000, quando fiz minha estreia olímpica, levamos mais de um atleta por gênero. Na Rio 2016 foi apenas um de cada.
O objetivo dos atletas na gestão da nova CBTri é manter um diálogo transparente e contínuo com toda a comunidade e enfatizar o nosso comprometimento com um projeto estruturado, que permita aproveitarmos as oportunidades e administrar com eficiência o triatlo em todas as suas vertentes. Assim, pedimos à todos que continuem participando deste momento importante, vamos juntos criar uma #novacbtri e fazer o triathlon brasileiro ir cada dia mais longe. #juntossomosmaisforte #juntospodemosmais
Juraci Moreira é gestor esportivo, disputou três olimpíadas e hexacampeão brasileiro de triathlon