Transat Jacques Vabre é destaque no LANCE!
Leia a coluna de Sylvie Viant para o LANCE! nesta quinta-feira (16). Diretora de prova falou sobre o novo destino da regata internacional.
Bonjour amigos leitores do LANCE! Aproveito esse espaço no principal jornal desportivo do Brasil para falar de um dos maiores eventos esportivos do mundo. A Transat Jacques Vabre, também chamada de rota do café, terá um novo destino na edição 2017 após duas temporadas seguidas parando em Santa Catarina. A prova vai terminar em Salvador, na Bahia, para a alegria dos velejadores internacionais, principalmente os franceses, que são a maioria na regata. Vou contar um pouco do que é a Jacques Vabre! É disputada em duplas e larga sempre da cidade portuária francesa de Le Havre, na Normandia, com destino a um país produtor de café.
Os desafios dessa travessia são enormes, pois os barcos enfrentam as dificuldades do Canal da Mancha, depois lidam com zonas de mar pesado e muito vento contra antes de acessar o Oceano Atlântico, chegam a ficar parados nas calmarias tropicais e depois de vários dias chegam no destino. E a tripulação é reduzida: são só dois velejadores a bordo. Dessa vez, com a parada na Bahia, o trajeto terá ao todo 4.350 milhas náuticas – 8.056 quilômetros até a chegada na Baía de Todos os Santos. A cidade recebeu a competição de 2001 a 2007 (a cada dois anos) e, ao lado de Itajaí (SC), são as únicas duas cidades brasileiras a serem porto de chegada da travessia.
A largada oficial para a 13ª edição será dada no dia 5 de novembro, em Le Havre, e a previsão é de que os primeiros veleiros cheguem a Salvador no fim do mesmo mês. Apesar das dificuldades, os velejadores contam com segurança a bordo para enfrentar esse desafio. São quatro tipos diferentes de barcos na disputa. Os Class40, que são, digamos, os mais populares, o Multi50, um multicasco de 50 pés, os IMOCA – que são os mais técnicos e os Ultime, que devem fazer a distância em até 10 dias.
O Brasil sempre nos acolheu muito bem e esperamos muita festa na chegada a Salvador. Os franceses são apaixonados pela vela oceânica e amam o Brasil. Sempre recepcionamos os bravos atletas com muitas frutas tropicais, música e caipirinha. É uma tradição impossível de ser quebrada. A Jacques Vabre atrai milhares de fãs à baía de Paul Vatine, em Le Havre, de dois em dois anos. Os velejadores são muito conhecidos por aqui e os patrocinadores apoiam as equipes. É difícil não ter um barco sem uma marca por trás. E eu estou falando de mais de 40 veleiros na largada.
Em 2015, o campeão olímpico brasileiro Edu Penido e o empresário Renato Araújo formaram a primeira equipe verde-amarela em 24 anos de regata. Se o número de participantes brasileiros ainda é baixo, por outro lado o Brasil é o país que mais vezes recebeu o evento.
É isso, convido a todos para em novembro ver a grande festa da vela em Salvador. Até lá e bons ventos.