Olá amigos leitores do LANCE! E o novo ciclo olímpico começa agora! O atleta que viveu as emoções da Rio 2016, sem dúvida, já sonha com Tóquio 2020. E, para que isso se transforme em realidade, alguns cuidados são fundamentais neste momento. Para atingir o melhor desempenho é importante que as lesões não existam e corpo e mente estejam no auge da aptidão.
Mas o que faz um atleta se lesionar? Desequilíbrio! Sim, qualquer tipo de desequilíbrio, seja ele de força, de amplitude de movimento, de postura, térmico ou nutricional. Para isso, o início do ano é um período de avaliações: testes de força, avaliação biomecânica específica do gesto esportivo, avaliação termográfica, análise postural, bioquímica e controle da composição corporal. A partir dessas avaliações, os resultados são analisados pela equipe multidisciplinar do atleta e elaborado o programa de treinamento. Entender que sobrecarregar uma articulação onde há um déficit de força não é o melhor caminho, faz parte da análise dos dados coletados. Sendo necessário elaborar uma estratégia de reequilíbrio para, então, dar a carga necessária para ganho de desempenho seguro. Ao mesmo tempo, aumentar o treino em um atleta que voltou de férias com a composição corporal inadequada, também não é a melhor estratégia. A identificação de um desequilíbrio térmico, sem correção, pode levar a lesões. Portanto, indicação correta e específicas de métodos de recuperação faz com o que o atleta chegue ao treino na melhor forma para executar a atividade planejada.
A pré-temporada é, portanto, o momento em que todos os ajustes na “máquina” do corpo humano devem ser feitos para que ela esteja pronta para suportar, sem danos, os quatro anos de um novo ciclo olímpico.
E se você acha que esta preparação só é necessária para atletas olímpicos, não é verdade, porque o corpo humano merece cuidados em todos os níveis de aptidão física. E, segundo, Steve Prefontaine “Dar menos que seu melhor, é sacrificar o dom que você recebeu”. Assim, após definir sua atividade, tenha uma equipe que te respalde e garanta um treino seguro e que proporcione sua melhor performance.
Desejo boa sorte aos atletas brasileiros nesse novo ciclo olímpico. Obrigada pela oportunidade de escrever sobre medicina esportiva.
Ana Carolina Ramos e Côrte,
médica do esporte e integrante da seleção brasileira de ginástica na Rio 2016