Espaço dos Campeões: Thiago Pereira fala sobre as gírias da natação

De uns tempos pra cá, tenho reparado que algumas pessoas não estão familiarizadas com termos da natação e acabam sem entender passagens de entrevistas e observações de comentaristas. Vou aproveitar para tentar ajudá-los.

Na última competição, conversei com alguns repórteres que questionaram como estava nosso condicionamento e preparação física no início de temporada. Sem me atentar ao significado comum da palavra, usei a expressão “estou pesado” para caracterizar o reflexo no meu corpo da fase de treino que estou, o que soaria normal no ambiente profissional.

Foi então que me surpreendi com alguns torcedores me questionando o motivo de me considerar “pesado” quando aparento estar com o peso bem abaixo do que costumava ter e reparei que, como advogados e médicos, também temos nossos jargões que talvez não sejam tão claros.

Diferente do significado comum, quando nos referimos à nossa condição como “pesados” não queremos dizer que engordamos. Nosso ciclo de treinos é dividido em diversas fases, como por exemplo o início de temporada, em que fazemos o “período de base”. Nele, nadamos uma média de 5.000 metros por treino, nove vezes por semana, combinado com três sessões de musculação.

Guardadas as devidas proporções, nosso corpo vive um período de constante efeito semelhante àquele quando vocês voltam para a academia após as férias, ou quando trocam o treino com o qual estavam habituados. Os músculos ficam fadigados e o corpo, estafado. Nos sentimos mais cansados, com a impressão de que carregamos 100kg nas costas. Ficamos justamente como se estivéssemos mais pesados.

Não é a fase em que os melhores resultados são obtidos, mas sem dúvida é um período fundamental para que nossas metas sejam alcançadas e, assim como no esporte amador, a dor do treinamento pesado vem acompanhada da sensação de dever cumprido!

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