Chefão da regatona quer rever o entusiasmo da peixerada em 2015
Em entrevista exclusiva ao DIARINHO, Knut Frostad destaca pontos fortes de Itajaí e diz que vai apoiar a citypeixeira pra fazer parte das próximas edições da Volvo. Daqui a 250 dias vai ser dada a largada pra Volvo Ocean Race 2014/15, a famosa regatona de volta ao mundo. Os barcões estiveram pelaqui em 2012 e vão voltar em abril de 2015, pra uma das paradas pra 12ª edição da prova de vela mais conhecida do planeta. Mesmo quem acompanhou de perto o evento na edição de dois anos atrás terá mil e um motivos pra voltar no ano que vem.
Em um plá exclusivo com o DIARINHO, o CEO da Volvo, Knust Frostad, falou um pouco das novidades da próxima edição e o que espera da parada de Itajaí em 2015. Dentre as principais novidades, estão a mudança nos projetos dos barcões e a nomeação de Flavio Perez pra ser o gerente de mídia no Brasil. O mandachuva garante que a city peixeira vai estar na pauta dos organizadores da Volvo Ocean Race quando forem escolher uma sede na América do Sul para a prova de 2017.
DIARINHO: Em termos de competitividade, no que muda a prova com a alteração nos projetos dos barcos?
Knut Frostad: Eu acho que mudou muita coisa. A mudança do conceito do barco é a principal, pois os velejadores é que vão definir o resultado do começo ao fim. Agora, quem ganha a regata é quem veleja melhor e não mais quem desenha o barco de maneira mais assertiva. Isso deixará a Volvo Ocean Race mais interessante de ser acompanhada. Além disso, os custos das equipes foram reduzidos significativamente.
DIARINHO: Porque, mais uma vez, o sonho de um barco brasileiro não saiu do plano das ideias?
Knut Frostad: O que aconteceu com o barco brasileiro para a próxima edição foi que nós tínhamos um acordo com Recife, mas infelizmente os organizadores não cumpriram o compromisso e não puderam montar a equipe. Nós decidimos tirar a stopover, já que a parada de Recife estava relacionada ao barco brasileiro. Não faria sentido haver duas. Como já tínhamos decidido Itajaí pelo ótimo desempenho em 2012, resolvemos manter a cidade catarinense como cidade-sede. Ficamos desapontados, mas esperamos que na próxima edição o Brasil tenha um barco na Volvo Ocean Race.
DIARINHO: O sucesso da parada de Itajaí na última edição da Volvo Ocean Race contribuiu para s volta da regata à cidade? O que mais chamou a atenção da organização?
Knut Frostad: Para mim, o mais importante foi o entusiasmo da população de Itajaí na Volvo Ocean Race. As pessoas literalmente participaram do evento, e isso inclui também voluntários, organização local e governo. Por causa desse carinho, os velejadores, equipes de terra e a nossa organização vivenciaram um momento único, um momento especial. Itajaí é uma cidade maravilhosa para ser descoberta no Brasil. Mas repito, a paixão e o entusiasmo da população foram primordiais.
DIARINHO: Mesmo com uma avaliação positiva, sempre existe algo para ser melhorado na edição seguinte. Quais aspectos a cidade precisa melhorar pra edição de 2014/15?
Knut Frostad: Eu acredito que deveria ser ampliada a área para a chegada dos barcos e o píer da Vila da Regata, já que poderemos ter até oito barcos nesta edição. Mas eu sei que a cidade está trabalhando para melhorar esta estrutura. Outro ponto que pode ser explorado pelos organizadores é mostrar às cidades vizinhas, como Florianópolis, e aos demais estados, como São Paulo, que o evento é sensacional. Todos que forem a Itajaí em 2015 irão se divertir e assistir a um evento bem organizado, pois o local é bonito, e a Vila da Regata para a Volvo Ocean Race também.
DIARINHO: Ser mais uma vez a única etapa da América do Sul aumenta a responsabilidade de Itajaí?
Knut Frostad: Sim. A América do Sul é importante para os patrocinadores da Volvo Ocean Race. Muitos patrocinadores irão levar seus clientes para Itajaí, por isso é preciso uma infraestrutura adequada. A logística deve ser muito bem pensada. O desafio será ter hotéis disponíveis, por exemplo. O aeroporto de Navegantes, que é pequeno, também faz parte desta logística. Nunca estivemos em dois lugares de uma vez só na América do Sul. A Volvo Ocean Race passou por Brasil, Argentina e Uruguai.
DIARINHO: O que difere esta edição da regata das anteriores? Há alguma novidade?
Knut Frostad: Novidades estão por vir nas próximas semanas. Ainda não posso contar. Mas a grande sacadadesta edição é que a organização da Volvo Ocean Race está diretamente ligada às equipes. Vamos trabalhar juntos para fazer o melhor evento. Temos pessoas de várias nacionalidades trabalhando na regata. O Joca Signorini, por exemplo, é um dos técnicos do Team SCA. Pela primeira vez, nós temos um mediamanager do Brasil, que é um elo entre a Volvo Ocean Race e os principais veículos de comunicação brasileiros. As equipes já começam a receber os barcos. O próximo será a equipe Dongfeng, da China. Já já teremos mais equipes!
DIARINHO: A edição 2014/15 só começa no final do ano, mas acredito que vocês já estão pensando na próxima edição. Pra competição de 2017/2018 Itajaí faz parte dos planos da organização?
Knut Frostad: O que posso assegurar que a América do Sul terá uma parada na edição 2017/18. Itajaí estará na mesa de negociações, certamente. Tenho certeza de que Itajaí fará mais um grande evento. Acredito, também, que o Brasil terá mais ambição para ter um barco na próxima edição. Quando a gente tem um barco junto com uma parada, ajuda bastante. Vamos trabalhar com todos os nossos contatos para fazer valer esta nossa ideia!