Semana de Vela de Ilhabela: Regata exige do físico das tripulações 

Terceiro dia de provas teve prova de percurso médio para sete classes e barla-sota para os estreantes HPE 25
As regatas desta quarta-feira (12) foram um teste de resistência física para os velejadores. Com ventos de intensidade média soprando do sul, a raia foi montada mais uma vez no Canal de São Sebastião, perto da costa da ilha. A maioria das equipes foi obrigada a fazer manobras constantes, chamadas de cambada ou mudança de rumo, para evitar ficar presa no baixio, zona mais rasa e com menos correnteza. Ver os resultados aqui.
Para as equipes amadoras, as mudanças de rumo exigem muita atenção e principalmente esforço físico. O time do Maria Preta, por exemplo, tem média de idade de 54 anos. ”É regata mata o velho”, brincou o tático Mário Buckup. ”Nos barcos maiores, as tripulações cansam muito com as cambadas para se manter perto do raso”.
Já os profissionais são treinados para isso e aprovam essa dinâmica. ”A regata com vento pleno o tempo todo fica mais divertida, a gente não vê o tempo passar. A regata com calmaria, o barco sem andar, a correnteza contra, isso é que cansa o psicológico, é um outro tipo de cansaço. Prefiro mil vezes o cansaço de uma regata de 15 cambadas, do que nenhuma cambada por não ter vento. Pra nós é mais divertido assim”, falou Fábio Pillar, tático do C30 Caiçara.O barco Áries III, atual bicampeão dos Clássicos, cometeu um erro e acabou abandonando a regata ao cair numa área de baixio. ”O barco estava andando e quando vimos ele parou. Fomos obrigados a ligar o motor. Agora é esperar o descarte e continuar na disputa”, disse Alex Calábria, do Áries III.

A regata de percurso desta quarta-feira teve 17 milhas e com quatro contornos de boia. Duas no contra-vento e duas no popa – a favor do vento.
”Hoje tinha corrente, tinha que subir contra-vento. Os barcos que optaram ir por Ilhabela foram obrigados a cambar o tempo todo contornando a costa. Você encontra uma praia e tem que sair, depois volta…eu contei umas 30 mudanças de rumo e isso para a tripulação é muito desgastante”, disse Paulo Roberto Freire , comandante do Miragem, atual campeão da Semana de Vela de Ilhabela na classe ORC. ”Mas foi divertido, os dias estão maravilhosos”.
As cinco tripulações estrangeiras na Semana de Vela de Ilhabela em muitas oportunidades copiam as manobras dos barcos mais conhecidos para evitar problemas em regatas de percurso. ”Não conhecemos essa região e isso nos dificulta muito. Antes de largar, a gente conversou com os velejadores de Ilhabela. Mas por sorte, na hora da regata, olhamos os barcos maiores como o Pajero, que estavam na frente, e escolhemos nossas próprias manobras”, disse o argentino Gustavo Ballarino, do Jabeque Reloaded.
Aí vai uma explicação: nas provas de barla-sota, as boias servem de marcação facilitando a visualização. Em largas distâncias, os velejadores podem usar GPS para corrigir rumo.
O público também conseguiu acompanhar as provas na orla, no Yacht Club de Ilhabela (YCI) e principalmente na Race Village, espaço montado no centro da ilha dedicado ao maior evento oceânico da América Latina. ”É muito interessante assistir as regatas de pertinho. O visual da ilha é sensacional. Eles passam perto da gente”, disse Célio Bechtold, que veio de Santa Catarina para acompanhar um grupo de amigos velejando.
 
Raia exclusiva para o HPE
A comissão de regatas decidiu montar uma raia para os HPE 25, que faziam sua estreia na Semana de Vela de Ilhabela nesta quarta-feira. Foram duas provas no dia: uma na Praia de São Francisco (São Sebastião), com vento Sul, e outra no extremo norte do canal (Ponta das Canas), com direção Leste.
As regatas foram vencidas por Bond Girl e Pé de Vento. Veja os resultados

Mais informações:

Site oficial – svilhabela.com.br
Facebook – svilhabela
Twitter – svilhabela
Instagram – svilhabela
Youtube – Semana de Vela de Ilhabela

FOTO: Aline Bassi/Balaio de Ideias

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