Olá amigos do Lance! Começou neste fim de semana mais uma temporada do circuito mundial de maratona aquática da FINA (Federação Internacional de Natação). Enquanto Poliana Okimoto, nossa medalhista olímpica na Rio2016, Allan do Carmo e Ana Marcela Cunha representam as cores do Brasil na tradicional Copa do Mundo da modalidade, outro seleto grupo de aproximadamente 20 nadadores também caiu na água, mas com desafios ainda mais instigantes.
O Grand Prix de Águas Abertas é um circuito com provas acima de 15 quilômetros que levam o atleta ao extremo, não apenas pela alta metragem, que proporciona mais de 6 horas nadando, mas também pelas condições climáticas variadas, com a temperatura da água podendo variar de 15 à 30 ºC de uma prova para outra. O nível dos competidores impressiona, assim como a prova que abre o calendário. A Travessia Santa Fé-Coronda, na Argentina, é atualmente a mais longa prova oficial da modalidade.
Participei desse desafio de 57k em 2014 e 2015. Na primeira vez não conhecia bem a prova, o vento forte contra atrapalhou o ritmo, mas concluí o trajeto. Na segunda vez, a organização teve que suspender a prova com 2h40min de nado devido a uma tormenta que se aproximava do local. Isso é um dos fatores que tornam a nossa modalidade um aprendizado constante. Nem sempre as coisas saem como gostaríamos, mas temos que aprender a lidar com os imprevistos e respeitar a natureza.
Por isso, em 2017, voltei à encarar o Rio Coronda. Condições difíceis, muito vento e muitas ondas. O Brasil também pode se orgulhar de Matheus Evangelista, que ficou entre os cinco melhores durante todo o percurso e certamente irá representar bem o país no GP da FINA, que ainda tem passagem pelas águas frias do Lago Saint Jean (Canadá), o calor do Lago Ohrid (Macedônia) e encerra com belíssima Travessia entre a ilha de Capri e Nápoles (Itália).
Samir Barel é ultramaratonista aquático e vencedor da Tríplice Coroa das Águas Abertas
