Espaço dos Campeões do LANCE! com Gustavo Grummy

Olá amigos leitores do LANCE! Fui convidado pelo Espaço dos Campeões para escrever a primeira coluna de 2017 e, é claro, não poderia deixar de falar sobre um dos maiores momentos da história do polo aquático brasileiro, ou senão o maior: a vitória sobre a campeã mundial e futura medalha de ouro olímpica Sérvia, na fase de grupos da Rio 2016. Naquele dia 10 de agosto, na piscina do Maria Lenk, fomos empurrados do começo ao fim pela torcida. Era preciso um a mais para superar aqueles caras, que são muito difíceis de bater. A partida foi equilibrada do começo ao fim e decida na cobrança de pênalti. Tive a oportunidade para fazer o chute – ou arremesso no polo aquático – e marcar 6 a 5 pra gente. Era a bola do jogo, era a hora do Brasil confirmar que veio pra ficar na modalidade. Cobrei, fiz o gol e dividi aquele momento com todos que nos ajudaram a chegar lá. A atitude do time foi um diferencial. O resultado só coroa um trabalho que começou a longo prazo. Trabalhamos oito horas, nos sacrificamos. Isso faz a diferença. Só lembro que a arquibancada foi ao delírio, um dia perfeito. Foi o gol mais importante da minha carreira.

Mas para ter a chance de bater a Sérvia numa olimpíada e fazer a melhor campanha da história nos Jogos, a gente batalhou e teve a sorte de ter ao nosso lado um dos maiores nomes da história, o croata Ratko Rudic. Ele foi o treinador do ciclo olímpico, que teve resultados expressivos como o bronze da Liga Mundial e a prata Pan-Americana. Foram várias concentrações, treinos físicos, viagens e treinamento específico. Demos um salto de qualidade enorme, talvez a maior entre todas as seleções do polo aquático mundial. É muito honroso poder dizer que fizemos história!

Hoje, no entanto, a situação já não é a mesma, mas ainda dá pra ficar no topo. Acredito que com a ida de alguns jovens atletas para a Europa, o nível de jogo vai melhorar, afinal de contas é por lá que estão os principais jogadores da modalidade. Foi o que aconteceu com todos os convocados para a Rio 2016 um ano antes dos Jogos. Além de mim, temos outros garotos na Espanha, um na Romênia e alguns nos EUA. A troca de experiência e o intercâmbio são fundamentais, posso falar por experiência própria, pois estou desde a adolescência jogando fora do Brasil.

Estamos esperando uma posição da CBDA e do COB sobre os rumos da modalidade, mas a minha vontade é continuar junto à seleção brasileira defendendo meu país. É um orgulho fazer parte do Time Brasil e graças a isso estou me dividindo entre a Europa e Pinheiros para entregar o meu melhor! Mês que vem já disputamos uma competição pela seleção para tentar vaga no Mundial de Desportos Aquáticos de Budapeste, que será no meio do ano.

Obrigado pela torcida de todos e desejo um Feliz 2017 e venha jogar polo aquático.