Atletismo paralímpico é destaque no Espaço dos Campeões do Lance!

 Olá leitores do LANCE! Sou Flavio Reitz, atleta paralímpico da prova do salto em altura (T42) para pessoas com amputação/lesão nos membros inferiores (pernas). Sou medalhista de prata Parapan de Toronto 2015 e tive o prazer de representar o país nas duas ultimas paralimpíadas – 5º lugar em Londres 2012 e 9º lugar no Rio 2016. Estou aqui hoje para falar um pouco dessa modalidade, que me proporcionou inúmeras experiências, mas que como outras, passa por muitas dificuldades. A modalidade tem papel fundamental nas conquistas de medalhas nos grandes eventos internacionais e na ultima década teve um sobressalto no investimento, principalmente na infra-estrutura e nas categorias de base, aumentando o número de atletas praticantes, o que resultou num expressivo aumento de qualidade, demonstrado na evolução no quadro de medalhas, mas ainda estamos longe do patamar ideal ou de atingir o máximo do nosso potencial.
Isso ocorre principalmente pela concentração das verbas publicas, do conhecimento – cientifico e tecnológico, e das oportunidades de aperfeiçoamento técnico no eixo RJ/SP, sem contar a falta de investimento privado (pois não somos futebol!), deixando o restante do país realizando um trabalho quase que empírico e voluntário.
Necessitamos urgentemente descentralizar esses recursos, possibilitando que outros centros esportivos cresçam e avancem na detecção de talentos. Acreditem: temos muitos talentos, que ainda não tiveram oportunidade de mostrar seu potencial ou sequer um dia o terão! Mas infelizmente isso não é um problema especifico do mundo paralímpico, quiça do atletismo paralímpico.
Meu caso mostra bem esse cenário, pois perdi a perna aos 16 anos de idade, por casa de um câncer ósseo no fêmur da perna esquerda e somente seis anos depois tive acesso às atividades adaptadas, na minha cidade natal Francisco Beltrão (PR). Conheci, gostei, acreditei e fiz dar certo. Tomei decisões arriscadas e aproveitei a oportunidade de treinar em Itajaí (SC), pois ainda tem um grande projeto esportivo para pessoas com deficiência. Isso se repete em mais algumas importantes cidades catarinenses, tornando o estado um referencial paralímpico fora do eixo, principalmente na idade escolar.
Enfim, as indagações que ficam permeiam a esperança de que o legado olímpico e paralímpico não fiquem na utopia, para que possamos mostrar nossa força e que como bons brasileiros não desistimos nunca.
Agradeço o espaço e até a próxima!

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