“Tive muitas dificuldades, mas os amigos sempre me ajudaram”

Aline Silva foi prata no Mundial de luta olímpica e se tornou a maior atleta da história. Mas, para chegar até aqui, teve doenças, lesões, passou fome e quase desistiu.

Em setembro de 2014, Aline Silva ficou com a medalha de prata no Mundial, na categoria até 75kg, e colocou seu nome na história da luta olímpica. Esse foi o melhor resultado da modalidade. A atleta já havia se destacado em 2006, quando ficou com a segunda posição no Mundial Júnior. Ganhou ainda a prata também nos Jogos Pan-Americanos de 2011. Esses resultados fazem dela a maior atleta de todos os tempos na luta olímpica brasileira.

Veja abaixo o vídeo com a história completa da Aline Silva!
Sua trajetória para chegar ao topo, porém, não foi nada fácil. De origem humilde, começou no esporte pelo judô com a ajuda de seu primeiro treinador, Messias. Ele a levava para as competições e treinamentos, comprava seus quimonos e a incentivava muito a seguir no esporte. “Ele me adotou. Os filhos deles também treinavam e ele fazia tudo o que podia por nós. Era um verdadeiro paizão”, conta.
Como o judô era um esporte caro e já muito concorrido, Aline não estava conseguindo ganhar dinheiro para ajudar sua família. Por isso, estava desistindo do esporte para ir trabalhar. Foi nesse momento que outro nome importante na vida dela apareceu e a levou para a luta olímpica. “O Joanílson Rodrigues sempre disse que eu tinha potencial para a luta, mas eu não queria. Até que um dia ele me levou de surpresa para uma competição e eu venci. Daí pra frente passei a amar o esporte”, diz Aline.
Aline foi crescendo no esporte e em 2006 venceu o Mundial júnior da modalidade. Porém, logo após essa conquista ela passou as maiores dificuldades de sua vida ao mudar para Curitiba. “Foi muito complicado. Tive uma lesão na coluna, uma doença na tireoide, não tinha dinheiro para me manter. Passei fome, tive que trabalhar em baladas para tentar me sustentar. Se não fosse o socorro dos amigos não sei o que seria de mim”, explica emocionada.

Nessa época, passou a lutar jiu-jítsu para poder ajudar em seu sustento. Estava indo muito bem, quando surgiu o convite do SESI-SP para ela fazer parte da equipe de luta olímpica. “Se não fosse o SESI eu provavelmente ainda estaria no jiu-jítsu. Graças a Deus pude voltar à luta olímpica e hoje estou muito feliz e com muita vontade de conseguir uma medalha nas Olimpíadas de 2016. É o meu maior sonho”, completa.
Aline conta hoje ainda com uma ajuda muito especial. Seu noivo largou tudo para treinar com ela e ajudá-la na preparação para 2016. “Ele é, com certeza, um dos grandes motivos dessa minha evolução no esporte. Me ajuda muito”, finaliza.

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